ÀS VEZES TUDO QUE VOCÊ PRECISA FAZER É SOLTAR

 

Às vezes tudo que você precisa fazer é confiar e soltar aquilo que você acredita que é sua segurança. Aquilo que você pensa que é sua única chance, de ser feliz, próspero, amado e bem sucedido. Aquilo que muitas vezes o faz sentir como se não fosse sobreviver se soltasse. Às vezes o que é mais seguro, mais firme, mais amplo e que vai te proporcionar segurança e liberdade para caminhar na vida está logo ali, passando as nuvens que criam a ilusão de que você está no melhor lugar mesmo estando cansado, preso e infeliz.

Durante a vida vamos nos agarrando a certas coisas, crenças, pessoas, lugares, sentimentos e ressentimentos. A vida é um fluxo, mas nem sempre isso nos parece seguro e confortável, quem dirá convidativo.

Fomos educados para acreditar que precisamos conquistar e manter, ou seja segurar e não largar. Que perder algo é ruim e seremos castigados se o fizermos. Mas somos nós que criamos nossos castigos emocionais quando não nos soltamos daquilo que já passou do seu tempo.

Nos seguramos primeiro na pessoa que fomos, se algum momento ela deu certo, queremos continuar sendo ela. Mas não funciona assim, como tudo na vida nós também mudamos e se não o fizermos nos sentimos perdidos e inseguros. Porque nossa essência já está na frente, onde é o nosso lugar. Fomos nós que saímos do trilho, e o lugar onde ficamos se torna desconfortável pois não ressoa mais conosco. E as coisas que deram certo antes não funcionam mais… porque não somos mais aquela pessoa, somos a pessoa que um dia fez aquelas coisas e viveu aquelas experiências! E só quando aceitamos e abraçamos quem somos no agora, quando deixamos que tudo mude, quando nadamos junto na onda, é que as coisas voltam a funcionar. Isso serve para os erros e acertos, você não é nenhum deles apenas os cometeu, e isso te moveu ao próximo nível, onde estará a próxima experiência. Você está pronto para ela graças a ambos, mas para vivê-la precisa se soltar deles.

Nos seguramos também em quem as pessoas foram, e como nós elas mudam. Querer que elas sejam da mesma forma a qual você a conheceu, costuma fazê-las sentirem-se presas, não amadas, não aceitas. Como se elas não tivessem permissão para ser quem são agora. Talvez você já tenha estado neste lugar e se sentido assim, uma espécie de claustrofobia emocional. Alguns pais tendem a fazer isso com os filhos quando eles crescem, do ponto de vista deles é difícil ver e viver as mudanças, não ser mais consultado nem se sentir precisado como antes.

Os amigos mudam, e quando não lidamos bem com isso nos ressentimos. Quando aceitamos bem, mesmo que não caminhemos mais juntos eles serão sempre amigos. São aqueles que você fica até anos sem falar mas quando fala a intimidade é a mesma, a sintonia é ligada então na aceitação um do outro e das suas escolhas. Na ausência do apego o amor floresce de maneiras incríveis e livres.

Amizade é um dos relacionamentos onde o amor mais se manifesta, porque há menos apego e o amor encontra espaço para continuar fluindo. Já nos relacionamentos românticos às coisas se desdobram um pouco diferente. Nos seguramos nos relacionamentos, como o alpinista segura na corda da vida. A diferença é que ele a solta no final do trajeto e as pessoas continuam segurando umas às outras. Em algum ponto ambos mudam e nem sempre em direção ao mesmo caminho, mas continuam buscando um ao outro no passado. Se apenas se aceitassem nas diferenças que essas transformações causaram, talvez ainda dessem certo, mas esse é um salto que se faz junto. Porque talvez não dê, talvez as pessoas certas para a próxima parte da jornada sejam de fato outras.

Muitas vezes a dor é da crença de que falhamos pois não devíamos perder nada, então seremos castigados pela dor. Não aceitamos que o outro mudou tanto, e ficamos tão presos nisso que não percebemos que mudamos também, que não amamos mais da mesma maneira a pessoa que tornaram-se. Às vezes amamos como amigos, às vezes nos apaixonamos de novo por quem são agora. Às vezes o amor alcança um novo nível. Mas não há como saber disso, como chegar lá se não soltarmos.

Você vê, não há como saber qual será o resultado, há sempre nuvens a frente em algum pedaço da estrada… o único jeito é confiar e render-se ao que pode ser.

Continuamente vejo pessoas que se amaram se odiando. Prejudicando e ferindo umas às outras deliberadamente. Pessoas que amavam seus trabalhos os odeiam e desenvolvem os mais diversos tipos de doenças de forma inconsciente para respirarem livres deles. Nada disso seria verdade se tivessem soltado aquilo que era a sua vida naquele momento quando era a hora de fazê-lo. A resistência causa dor, e te leva a mudar do jeito mais difícil que existe. Porque só quando você não suporta mais algo você se muda dele. E se esse for o único jeito é assim que vai ser. Mas quanto tempo em coisas novas e boas você vai ter perdido resistindo ?

Quando você olha para a foto, pense nesse cenário. O tempo todo o chão seguro, o caminho para casa estava à um centímetro. Ele se segurou até o último segundo de suas forças e caiu para sentir seus pés no chão. Talvez isso tenha levado horas, talvez dias… depende de quão resistente ele é. Quando ele finalmente cansa e se solta, se sente tolo pois já poderia ter chego no destino , já poderia ter andado o restante do caminho, ter descansado e até estar em outra aventura. Quanto mais tempo houver resistência, mais dor, mais medo, e mais preocupação é criada atreves da ilusão. Se ela dura menos, mais disposição e energia existe e é criada através da rendição para continuar percurso.

Quanto tempo você seguraria? No cenário da vida só você sabe qual é a sua montanha. Aquilo que em que você se segura acreditando que é sua única chance, de ser feliz, próspero, amado e bem sucedido mesmo que o machuque, mesmo que tudo comunique: Mude! Quanto tempo você tem estado em resistência ou vai estar é depende inteiramente de você.

Akua – @Interconexão


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