Arquétipos funcionam como predisposições na personalidade

Arquétipos são padrões universais - melhor concebidos como imagens - que existem no que Carl Jung chamou de inconsciente coletivo ou mente universal. Pense neles como projetos energéticos que ajudam a moldar a realidade como a conhecemos. E isso incluiu você suas emoções, ideias e comportamentos!

Arquétipo é uma estrutura do inconsciente é  uma tendência herdada que atua como um instinto. Estamos tratando de tipologias  primordiais, isto é, de imagens universais que existiram desde os tempos mais remotos.  Jung levanta a hipótese de que eles se constituíram pela repetição progressiva de experiências similares por várias gerações ficando armazenadas no inconsciente coletivo e se manifestando em padrões de comportamento. São representações que variam muito sem perder seus aspectos básicos padrão ... Esta tendência herdada é instintiva, como o impulso específico de construção de ninhos, migração etc... 


"estas imagens devem ser consideradas como se apresentassem descrições de nós mesmos, ou de nossas situações inconscientes, na forma de analogias ou parábolas” (Whitmont, 1991, p. 35).

 Platão confere um valor extraordinariamente elevado aos arquétipos como ideias metafísicas, ele postulou que todos os objetos têm uma “forma” ou estrutura “ideal” assim arquétipos são como exemplos ou modelos em relação aos quais personagens se comportam meramente como  imitações ou  cópias. 

O próprio Jung falou da  indefinição do arquétipo, com seus múltiplos significados, segundo ele o símbolo é a melhor expressão possível de algo relativamente desconhecido, pois ele representa por imagens, experiências e vivências que incluem aspectos conscientes e inconscientes.

Na psicologia Junghiana, um arquétipo é uma "forma" inconsciente, um modelo de pensamento tanto quanto de ação herdada dos nossos ancestrais e continuamente sedimentada por eles e por nós que está universalmente presente na psique individual. 

"Os fatos mais comuns da vida quotidiana, que se repetem eternamente, produzem os arquétipos mais poderosos, cuja atividade incessante é imediatamente reconhecível em toda parte, mesmo em nossa época racionalista. Tomemos como exemplos os dogmas cristãos: a Trindade é constituída por Deus Pai, Filho e Espírito Santo que era representado pela ave de Astarte, a pomba, e também se chamava Sofia e possuía natureza feminina nos primeiros tempos do Cristianismo. O culto a Maria na Igreja posterior é um sucedâneo evidente dessa prática. Temos aqui o arquétipo da família

A sedimentação de todas as poderosas experiências ancestrais de toda a humanidade — ricas de afetos e de imagens — com o pai, a mãe, os filhos, o marido e a mulher, com a personalidade mágica, com os perigos do corpo e da alma, erigiu este grupo de arquétipos em princípios formuladores e reguladores supremos da vida religiosa e até mesmo da vida política, num reconhecimento inconsciente de suas tremendas forças psíquicas." - Jung - A natureza da psique

 Existem assim  vários arquétipos  relacionados principalmente a situações típicas da existência humana desde sua origem: nascimento, morte, casamento, família, doenças entre outros.

Os arquétipos funcionam como predisposições na personalidade, direcionando nossas motivações, crenças, valores, emoções, temperamento e comportamento. Os arquétipos também são uma fonte de sabedoria espiritual e autenticidade que, quando ativados, nos dão um sentido de significado em nossas vidas.

"Muitas pessoas superestimam erradamente o papel da força de vontade e julgam que nada poderá acontecer à sua mente que não seja por decisão e intenção próprias. Mas precisamos aprender
a distinguir cuidadosamente entre o conteúdo intencional e o conteúdo involuntário
da mente". -Jung

Pense em sua personalidade como sendo composta de dois aspectos diferentes, um instintivo e outro aprendido ou modelado. Seu temperamento é um conjunto de predisposições com as quais você nasceu. Pense nisso como uma forte tendência de ver ou fazer as coisas de determinada maneira, o  que geralmente parece mais natural para você e pouco está sobre seu controle.  Por exemplo, se você se sente mais confortável sendo um "falador" ou um "ouvinte" quando está perto de estranhos. 

Seu personagem, no entanto, se desenvolve a partir de suas experiências e como você interage com o ambiente. É essencialmente um conjunto de maneiras características que você tem de lidar com as coisas, um conjunto de hábitos que você aprendeu.  Sua situação de vida o desafia a se desenvolver  para sobreviver, ter sucesso em seu ambiente quando suas experiências (ou os papéis que você desempenha na vida) não são bons  para seu temperamento natural. Ao exercitar esses outros lados menos naturais do seu eu, você pode ganhar flexibilidade psicológica e algum grau de mudança de personalidade.

O inconsciente detém a  totalidade de todos os arquétipos, é o repositório de todas as experiências humanas desde os primórdios, um conjunto de  sistemas ou esquemas  de reação e aptidões, que determinam a vida individual por caminhos invisíveis e, por isto mesmo, são tanto mais eficazes e dominantes. 

"No inconsciente encontramos  as qualidades que não foram adquiridas individualmente mas são herdadas, ou seja, os instintos enquanto impulsos destinados a produzir ações que resultam de uma necessidade interior, sem uma motivação consciente.  Da mesma maneira como os instintos impelem o homem a adotar uma forma de existência especificamente humana, assim também os arquétipos forçam a percepção e a intuição a assumirem determinados padrões especificamente humanos. Os instintos e os arquétipos formam conjuntamente o inconsciente coletivo." - Jung - A natureza da psique


Para Jung o  o inconsciente é também a fonte dos instintos e os arquétipos são  formas através das quais os instintos se expressam.  

 "O homem traz dentro de si certos tipos de instintos a priori que lhe proporcionam a ocasião e o modelo de sua atividade, na medida em que funcionam instintivamente." - Jung
 
Outra forma bem conhecida de expressão dos arquétipos é encontrada no mito e no conto de fada. Aqui também, no entanto, se trata de formas cunhadas de um modo específico e transmitidas através de longos períodos de tempo. O arquétipo representa essencialmente um conteúdo inconsciente, o qual se modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo matizes que variam de acordo com a consciência individual na qual se manifesta. - Jung - Os arquétipos e o inconsciente coletivo


no domínio da mente o instinto [arquétipo] é percebido como imagens, no domínio do comportamento, as imagens são desempenhadas como instinto. O comportamento é sempre a encenação de uma fantasia” (Hillman)

Um arquétipo é um símbolo que representa um padrão de comportamento ou pensamento por associação, um conjunto de qualidades, um protótipo no qual outros comportamentos são padronizados e nos influenciam de maneira subliminar e inconsciente. 

Jung identificou 12 arquétipos universais de personagens míticos que residem em nosso inconsciente coletivo. Mas de acordo com o próprio Jung, existe um número ilimitado de arquétipos, embora os humanos conheçam apenas um número limitado.

Arquétipos são recipientes que contêm padrões poderosos de símbolos, histórias, mitos e metáforas. Ao investigar os padrões arquetípicos que surgem em nossas vidas - seja analisando um sonho, participando de uma sessão de psicoterapia incorporando imaginação ativa ou usando outro método - podemos desbloquear o poder dos arquétipos. Ao fazer isso, podemos acessar níveis mais profundos de percepção, sabedoria e energia criativa e obter um nível de compreensão que existe além dos limites da mente racional e linear. 

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Obras consultadas ou recomendadas:

 

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