Como Ativar os Arquétipos? 6 Maneiras de ativar e trabalhar com arquétipos


Em uma de suas palestras, Jung é citado como tendo dito: “Se você se colocar no ícone, o ícone falará com você…Tem um efeito mágico. ” Em outras palavras, se você se envolver com o arquétipo, ele revelará sua mensagem para você.

Existem várias técnicas e modelos para se envolver com arquétipos, incluindo imaginação ativa, diálogo e as quatro orientações fundamentais. Algumas técnicas podem ser usadas no trabalho pessoal autoguiado. Outras técnicas são usadas principalmente por profissionais de saúde mental.

Aqui vão algumas sugestões:

1- Invocação

Carl Jung ensinou que somos atraídos por aquilo que desejamos cultivar dentro de nós. Isso faz parte do nosso impulso natural para a totalidade.

Invocar os arquétipos pelos quais você é naturalmente atraído e deseja cultivar é, sem dúvida, uma excelente maneira de trabalhar com essas energias poderosas.

Reserve um momento para entrar em contato com como você gostaria de se sentir ao trabalhar com o arquétipo.

Defina sua intenção de convidar o arquétipo escolhido a infundir seu conjunto particular de habilidade em sua vida.

Por exemplo, você pode pedir à Mulher Selvagem para ajudar a fortalecer seus poderes de intuição ou pode invocar o Guerreiro para ter coragem de finalmente iniciar aquele projeto de paixão, buscar aquela promoção ou simplesmente permanecer na sua verdade.

Escreva seu convite em uma folha de papel, explicando as qualidades específicas que você está solicitando, leia em voz alta. Medite sobre o seu pedido - lembrando-se de se conectar com a forma como você deseja se sentir. Você pode criar um pequeno ritual, acedendo uma vela para se conectar, não que seja necessário, mas se você particularmente gosta de rituais, ele vai te ajudar a chegar no sentimento e abertura necessária.


2- Imaginação ativa

A imaginação ativa , em seu sentido mais formal, é uma técnica usada principalmente por clínicos de orientação junguiana para ajudar as pessoas a acessar a sabedoria interior conectando as mentes inconsciente e consciente. Nesta técnica, o terapeuta orienta o cliente através de uma visualização onde o cliente permite que as imagens se desdobrem ao invés de tentar exercer influência sobre as imagens.

Os praticantes junguianos modernos referem-se à prática da imaginação ativa como uma forma de acessar e consultar a própria sabedoria interior . Em seu sentido mais simples, é essencialmente um processo de diálogo consciente com seu inconsciente

Entendendo isso você traz a imagem do arquétipo que deseja, foca nele como focaria em um sonho que está tentando entender e deixa que ele tome vida própria, apenas observando o que acontece, o que ele faz... sem tentar controlar o que acontece, posteriormente você deve pode escrever sobre o que aconteceu... e depois pode envolver uma outra expressão, desenhe, faça uma colagem, pinte uma imagem impressa...

As quatro etapas da imaginação ativa de Jung são:

  1. Convide uma parte específica do seu inconsciente

  2. Dialogue ativamente com esta parte

  3. Adicione o elemento ético de valores

  4. Torne isso concreto com um ritual físico/ escreva/pinte


3- ARTE; Arte é por si só uma forma de conectar com o arquétipo.

De acordo com a psicóloga e terapeuta de artes expressivas Cathy Malchiodi, Ph.D. , “Muitos no campo da arteterapia concordam que a própria arte pode ser uma forma de imaginação ativa se alguém permitir que as imagens se desdobrem espontaneamente, sem julgamento, controle ou intenção de resultados específicos.

Pinte, cole, faça uma escultura do arquétipo escolhido... Você não precisa desenhar perfeito, não precisa ser bom nisso, o ato de focar na imagem para desenha-la mantem a imagem viva na mente e guarda ela no inconsciente mais fortemente do que se você olha pra ela vez ou outra. Você está misturando a sua energia com a do arquétipo quando se envolve no desenho ou mesmo no ato de apenas pintá-lo.


4- Dialogando

O diálogo é uma variação da imaginação ativa. As pessoas que podem usar essa técnica incluem aqueles que realizam trabalho pessoal autoguiado ou terapeutas de artes expressivas.

Ao dialogar, você primeiro fala com a imagem como se fosse uma pessoa.

Então, você fala como a imagem. *Você se tornou a imagem ou seja o arquétipo.*


5- Imagens, wallpapers e objetos

Sim, imagens são símbolos que funcionam a priori, você não está necessariamente olhando pra ele, está fazendo outra coisa, mas ele está lá, o inconsciente capta e ele tem um efeito "a priori" justamente por você não estar consciente dele. Assim coloque um wallpaper no celular, no fundo do whats, quando você estiver conversando com alguém aparentemente alheio a imagem ela está na verdade em contato com seu subconsciente. Quando você já fez outras formas de conexão isso faz toda a diferença porque a mente gosta de associação e é viciada em conectar, logo ela vai somar os processos os fortalecendo.


6- Psicossíntese

O fundador da psicossíntese, Roberto Assagioli, observou :

Não somos unificados; muitas vezes sentimos que sim, porque não temos muitos corpos e muitos membros e porque uma mão geralmente não bate na outra. Mas, metaforicamente, é exatamente isso que acontece dentro de nós. Várias subpersonalidades estão continuamente em luta: impulsos, desejos, princípios, aspirações estão envolvidos em uma luta incessante.

Os estágios da psicossíntese são semelhantes aos da imaginação ativa:

  1. Reconhecimento: uma subpersonalidade emerge por meio de algum conflito interno ou imagem onírica.

  2. Aceitação: você tem vontade de trabalhar com essa subpersonalidade.

  3. Coordenação: você gerencia o relacionamento entre várias subpersonalidades.

  4. Integração: Você resolve o conflito entre as subpersonalidades, estabelecendo a coesão.

  5. Síntese: você descobre o Eu Transpessoal além das subpersonalidades.


Como no trabalho interno de Jung, o objetivo da psicossíntese é a consciência da unidade em contraste com uma família de subpersonalidades desconexas.

O livro mais acessível que encontrei sobre psicossíntese é Psicoterapia do Amor: A Psicossíntese Na Prática.

Aqui já não estamos falando de escolher um arquétipo para incorporar, mas sobre aqueles que já estão sendo vivenciados. As vezes o que nos impede de fazer algo é uma crença, ou um sistema de pensamento e comportamento mais antigo e arraigado, e por isso não admite o novo modelo. Tanto na imaginação ativa, na arteterapia como na psicossíntese, você pode se conectar com uma parte de você que precisa ser compreendida e integrada, ou educada por assim dizer a nova forma que você deseja incorporar através do arquétipo X.

Imagine que o arquétipo desejado tem um opositor que está dominante dentro de você, dentro da sua personalidade e instinto. Então essas duas imagens precisam entrar em acordo. Todos tem um aspecto sombra, as vezes esses traços são os que estão mais ativos, por isso não é sobre julgar ou eliminar o arquétipo, mas reconhecer suas habilidades, compreendê-lo, trabalha-lo e equilibrá-lo para entrar no recurso.

Vivemos um uma realidade polarizada, é preciso ter isso claro, quando estamos falando de uma qualidade ou defeito estamos falando de 2 lados da mesma moeda, uma qualidade que está polarizada à uma extremidade.

Exemplo, uma pessoa individualista, que pensa em si acima de tudo, pode ser vista como tendo um defeito (se isso está exacerbado), no entanto uma pessoa que não sabe se impor, que não consegue se colocar como prioridade para si mesma, sempre colocando a necessidade dos outros a frente também está na sombra. No meio do caminho encontramos uma pessoa que sabe se impor, sabe se priorizar e ao mesmo tempo sabe levar em consideração as necessidades e os sentimentos dos outros.


O Arquétipo não é uma magica, é uma forma, contém uma informação energética e simbólica que vai atuar através de um impulso interno, o individuo ainda precisa fazer o trabalho. O arquétipo contém a informação completa é o indivíduo que vai polarizar ou vai manter o equilíbrio usando seus recursos para o que precisa e aprendendo suas lições. Aprendendo a somar outros arquétipos. Aprendendo a direcionar determinada energia para uma coisa mas não para outra.

Uma energia de comando como "o governante" pode trazer benefícios canalizada para o trabalho, para a tomada de ação e decisão, mas não para os relacionamentos por exemplo. Aqui este arquétipo funciona se ele estiver à serviço de outro como o "amor" mas não empregado para governar o relacionamento ou dominar as pessoas. Em serviço ele poderia oferecer estratégias do governante para agradar ou encantar o amado como Cleópatra o costumava fazer. O Estrategista também saberia quando é o melhor momento para uma conversa delicada, como ter tempo para estar presente tanto no trabalho como na família, como negociar o tempo e os compromissos entre diferentes áreas da vida. Essa dinâmica é responsabilidade do indivíduo vivendo o arquétipo.


@interconexao

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Aprendendo a trabalhar com os Arquétipos você pode começar a criar sua vida mais conscientemente, formando quem você é de dentro pra fora com intenção. Clique na foto abaixo e assista uma aula!

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